É frequente o lamento de que nos alienamos da nossa condição humana nesta sociedade crescentemente tecnologizada. Motivados pelo recente volume da revista Atlântida (IAC) sobre utopias e distopias , perguntemo-nos: mas não somos nós, seres humanos, quem determina os fins para os quais usamos as tecnologias, e que assim as controlamos? Martin Heidegger, provavelmente o mais célebre e o mais obscuro pensador sobre a tecnologia e o homem, respondeu que não somos. Aqui fica uma tentativa de em 500 palavras interpretar essa resposta: Primeiro, assinalemos que a sua obra se foca na condição básica de tudo o que esteja envolvido em quaisquer acontecimentos ou ações, desde este computador até à pessoa que se encontra a utilizá-lo: tudo isso é (existe). A sua primeira condição é a de ser . Heidegger acentuou que, na tradição encetada na Grécia Antiga, o ser teria sido pensado, digamos, como um processo de adveniência de cada ente à presença dos demais. Em especial, apresentação àqueles entes –...
"By taking up technologies, humans left the non-technological Garden to inherit the Earth" - Don Ihde, Technology and the Lifeworld, 1990, p. 14