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A mostrar mensagens de agosto, 2021

Smart cities (3): influência e contestabilidade das tecnologias

Na Ásia, América e Europa está em curso a dotação de “inteligência” às cidades. Um caso de participação nesse movimento global, e assim também de ilustração do conceito “cidade inteligente”, é a iniciativa Aveiro Tech City com os seus diversos projetos e atividades.   Os benefícios potenciais dessas tecnologias são entusiasmantes. Mas a primeira condição da sua realização será enjeitarmos, desde o início, a atitude “tecnomágica” que atribui à tecnologia a virtualidade de resolver sem custos tendencialmente quaisquer problemas ou limitações humanas. Contra a tecnomagia, na IA daqueles processos digitais reconhecem-se os enviesamentos humanos e as incongruências que  aqui introduzi há dias. Os quais (enviesamentos), como também aí procurei assinalar, põem particularmente em risco a liberdade “negativa” (ausência de imposições) dos habitantes destas cidades, enquanto todavia podem facultar uma maior liberdade “positiva” (capacitação) destes últimos. Neste período de reflexão c...

Smart cities (2): os enviesamentos da IA e uma preocupação com a liberdade individual

Portugal Smart Cities Summit Sobre atuais projetos autárquicos que omitam o tema da “cidade inteligente” saberemos que, na melhor hipótese, se orientam rumo ao passado. Na pior hipótese, estarão a abrir a porta a interferências dos detentores dos cargos executivos, sejam políticos ou técnicos, nas vidas da generalidade dos munícipes e visitantes dos concelhos, a um ponto que eventualmente nos aproxime do 1984 de George Orwell. É com este risco que nos pre-ocuparemos nestas linhas. Na última semana, adotei  aqui  a definição das cidades inteligentes como a “imersão nas estruturas urbanas (…) de sistemas de sensores (…) que permanentemente recolham informação, a qual será classificada por inteligência artificial [IA], investida da responsabilidade de tomada de decisões”. Mas, como bem questionou João Moniz também  nestas páginas  já há pouco mais de 2 anos, “quem é que vai definir os critérios de recolha de dados, e posteriores algoritmos de análise?” (Um “algoritmo”...

Smart cities (1): impactos sobre os habitantes

Neste período de reflexão sobre os nossos concelhos e de correspondentes projetos a médio ou a longo prazo, será preocupante passar em silêncio o tema das Smart Cities . Entre as quais, em Portugal, se distingue a iniciativa Aveiro Tech City .   “Cidade inteligente”   Esta expressão designa a imersão nas estruturas urbanas, públicas e eventualmente privadas, de sistemas de sensores físicos (ex. câmaras) e virtuais (ex. contagem de intervenções em páginas digitais) que permanentemente recolham informação, a qual será classificada por inteligência artificial, investida da responsabilidade de tomada de decisões. Seja pela construção de raiz de cidades inteligentes, como o PlanIT Valley que esteve previsto para o concelho de Paredes, ou como a cidade The Line anunciada no início deste ano pelo príncipe saudita Mohammed bin Salman. Seja por uma imersão gradual das tecnologias de informação e comunicação (TIC’s) inteligentes, como está acontecendo em Amesterdão desde 2009....