À entrada desta nova meia década, lançando também o segundo quartel deste século, lembrei aqui a grande conveniência de atendermos às oportunidades e riscos não apenas das nanotecnologias, biotecnologias, tecnologias informáticas e ciências cognitivas (NBIC) isoladas, mas da convergência entre elas. Em cujo processo, como também apontei, estão implicadas instituições minhotas. Nestas linhas agora focarei um dos complexos de questões que se colocam nesse âmbito: em que é que nos constituiremos, que modo de ser humano estaremos a implementar, por um lado, ao utilizarmos as NBIC? E que mundo vivido, por outro lado, estaremos igualmente a implementar assim? É em conformidade às respostas a essas questões que deveremos responder a estas outras: como poderemos lidar com essas novas tecnologias sem alienar a nossa condição humana? Ou esta última é apenas um facto com 300.000 anos, sem valor intrínseco que obste a um avanço decidido rumo ao transhumanismo * ? Aquelas primeiras questões de...
"By taking up technologies, humans left the non-technological Garden to inherit the Earth" - Don Ihde, Technology and the Lifeworld, 1990, p. 14