Das decisões sobre as construções em S. Miguel desde uma incineradora à de um oceanário, passando por prescrições médicas, políticas fiscais etc., dizem os “tecnocráticos”: entreguemo-las aos respetivos especialistas, que eles sabem – segundo os conhecimentos disponíveis hoje – qual será a melhor solução. Nenhuma aldrabice retórica é maior do que essa tecnocracia. E, precisamente, apenas o seu reconhecimento pode salvar a relativa objetividade que é possível à tecnologia e à ciência. Assim como aos debates públicos sobre questões como as referidas construções projetadas para esta ilha. As ciências e as tecnologias tal qual são feitas Imaginemos duas biólogas num laboratório, com um microscópio e, na lâmina deste, uma amostra daquilo que chamamos “bactérias”. O que é que essas investigadoras vêem ao olhar pelas lentes oculares? Bactérias? Certamente não. O que vêem – nunca percamos a filiação a La Palisse – são formas arredondadas, ou cilíndricas… movendo-se enquanto o temp...
"By taking up technologies, humans left the non-technological Garden to inherit the Earth" - Don Ihde, Technology and the Lifeworld, 1990, p. 14