Em dezembro passado, o Parlamento e o Conselho Europeus inauguraram mundialmente a regulamentação da produção e implementação da Inteligência Artificial (IA). Ainda que a aplicação desse diploma seja progressiva. Como está expresso no website oficial da Comissão Europeia (CE, página “ AI Act ”), no desenho desse regulamento foi adotada uma abordagem baseada nos riscos da IA. Isto é, considerando o produto (multiplicação) do grau de prejuízo atribuído a certos resultados desses sistemas tecnológicos pela probabilidade de tais resultados ocorrerem – assim, se a probabilidade de uma certa ocorrência até for baixa, mas se considere enorme a gravidade desse resultado, o risco deste será alto. Este tipo de avaliação de tecnologias costuma fazer-se em três momentos: o reconhecimento ou estimativa (ing. assessment ) dos riscos, a avaliação ( evaluation ) destes últimos, e a sua gestão. Creio que o maior risco que corremos com essa abordagem se joga nas condições desse terceiro momento que ...
"By taking up technologies, humans left the non-technological Garden to inherit the Earth" - Don Ihde, Technology and the Lifeworld, 1990, p. 14