Em 1959, C.P. Snow proferiu a conferência “The two cultures”, em que distinguiu a cultura das ciências e a cultura das Humanidades. E desconsiderou a segunda pela sua falta de rigor e pela sua irrelevância para o melhoramento das condições de vida das populações. A avaliação social dos cursos “de ciências” e “de letras” revela bem como essa continua a ser a disposição comum. Exatamente meio século depois, Jerome Kagan retomou a questão da ponderação de diferentes culturas disciplinares em The Three Cultures – Natural Sciences, Social Sciences and the Humanities in the 21st. Century . Mas apontou as respetivas assunções seminais, vocabulários e contributos. Para argumentar que nenhuma esgota a experiência humana do mundo e de nós próprios. As três culturas – ou quatro, se descolarmos as artes das Humanidades – devem, pois, ser consideradas e até articuladas. J. Kagan, The Three Cultures Abordamos aqui apenas a primeira – aquela que consolidou a distinção da cultura de matriz europei...
"By taking up technologies, humans left the non-technological Garden to inherit the Earth" - Don Ihde, Technology and the Lifeworld, 1990, p. 14