Incineradora, participação pública, e hipótese de uma "conferência de consenso"

No último meio século, os estudos sobre tudo o que intervém no desenvolvimento e implementação das tecnologias derrubaram a anterior crença ingénua de que estas seriam decididas por razões estritamente técnicas. De modo que a definição clássica de tecnologia – como mera aplicação de conhecimentos científicos, que por sua vez seriam neutros a fatores sociais, económicos… – foi substituída por definições mais complexas e abrangentes (v. este texto sobre o eng. Edgar Cardoso). Se se opta por um regime democrático, daí decorre a exigência de participação pública nas decisões de implementação de certas tecnologias. Muito bem exemplificada pelo processo em curso nesta ilha sobre a construção de uma central de incineração de resíduos sólidos urbanos. Como Luís Anselmo bem apontou neste jornal em “Sinais da sociedade civil!” (15/03/2017). Mas, assim, este processo também sofre o problema de eficiência que se reconhece em tais participações. Democraticidade vs. eficiência ...