Suponhamos os três porquinhos da fábula a lerem o artigo “COP21 Paris climate talks: a beginner’s guide”, do Financial Times (30/11) – um jornal de todo insuspeito de privilegiar quaisquer outros interesses em detrimento dos económicos. Ou melhor, o porquinho mais velho a lê-lo, que os irmãos mais novos logo darão outro uso ao computador! De um lado, aquele porquinho deparar-se-á com a comunidade internacional a assumir que o clima aqueceu cerca de 1ºC desde o início da Revolução Industrial; que daí decorrem alterações gravosas já em curso; que as emissões de carbono, por atividade humana, são relevantes para esse aquecimento; e que será imprudente aumentar este último acima dos 2ºC. Do outro lado, com os fracassos das COP2 (Kyoto) e COP15 (Copenhaga), o mesmo porquinho reconhecerá a dificuldade de um acordo político ecologicamente suficiente – seja entre os países que enriqueceram graças a tais emissões durante o último século e meio (os quais querem que hoje todos as red...
"By taking up technologies, humans left the non-technological Garden to inherit the Earth" - Don Ihde, Technology and the Lifeworld, 1990, p. 14