Para que é que estamos vivos? Qual é o sentido da vida
humana? Aliás, terá esta última algum sentido? Se tem, quantos poderão ser, e
de que dependem? Estas perguntas vêm a propósito da mais recente
publicação da editora Companhia das Ilhas, inspirada numa história real
ocorrida em S. Miguel há pouco mais de um século. Antes de a abordar, porém,
cabe reconhecer que aquele conjunto de perguntas constitui a questão mais importante
da vida humana apenas sob um pressuposto. Mas é uma questão meramente
complementar, até gratuita, sob outro pressuposto. Entre a indiferença e a importância
de qualquer sentido da vida Com efeito, se nos concebermos como determinados seja
de forma inata (geneticamente), seja de forma adquirida (pela educação e
experiências pessoais), concebemo-nos como um passageiro que acorde num
comboio, sem saber como lá terá entrado, mas agora sem poder escolher para onde
os carris e a locomotiva o levarão. Olhar pela janela para reconhecer o sentido
da viagem será apenas uma …
"Deus move o jogador que move a peça. / Que deus atrás de Deus o ardil começa / De pó e tempo e sonho e agonias?" - Ou será a peça aquele deus? Se não o for o jogador... (em diálogo com J.L. Borges, Xadrez)